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Ato em SP denuncia massacre contra palestinos e cobertura midiática tendenciosa

Ato em São Paulo | Foto: Sâmia Gabriela Teixeira

Ato em São Paulo | Foto: Sâmia Gabriela Teixeira

Nesta quarta-feira, 15 de Maio, manifestantes no mundo inteiro realizaram demonstrações de apoio ao povo palestino. No Brasil, em São Paulo, cerca de 200 pessoas, de movimentos de solidariedade ao povo palestino, partidos políticos, além de refugiados e solidários a causa, estiveram em ato em frente ao prédio da Fiesp. Na semana passada, a Federação projetava em sua fachada a bandeira de Israel. Ontem, justamente na ocasião do ato, estava ali a bandeira Palestina.

“A Fiesp é hipócrita. Pois de nada adianta a bandeira palestina estampada no prédio se não houver ação prática de apoio, como a campanha de BDS [Boicote, Desinvestimentos e Sanções] contra Israel”, defendeu o coordenador do comitê nacional palestino de BDS no Brasil, Pedro Charbel.

Outro ponto destacado no ato foi a cobertura midiática a respeito do tema e dos ataques sofridos nos últimos dias de forte mobilização na Palestina. Desde 30 de março, Dia da Terra Palestina, foram mortos 116 palestinos e mais de dez mil ficaram feridos. “Se trata de uma colonização criminosa e desumana a qual estão submetidos os palestinos. O que a imprensa chama de confronto é um verdadeiro massacre”, denunciou Soraya Misleh, jornalista palestino-brasileira e membro da Frente em Defesa do Povo Palestino.

Refugiado palestino em ato em São Paulo | Foto: Sâmia Gabriela Teixeira

Noura Erakat, palestina-norte-americana docente na área jurídica e de direitos humanos e especialista sobre o assunto, rebateu em entrevista para a imprensa norte-americana, a CBS, o modo como é noticiado o tema, expondo que “não se trata de um confronto, uma vez que os palestinos não estão nem mesmo invadindo fronteiras”.

“Não há fronteiras na região, Israel nunca declarou esta fronteira. Há uma linha de armistício, e os palestinos protestam pelo direito de retorno para suas terras, exigindo suas terras de volta. Nenhum civil israelense foi ferido, não há soldados ou estabelecimentos militares prejudicados pelas manifestações dos palestinos. O que vimos foi uma ação letal contra manifestantes em protestos pacíficos”, ressaltou.

A especialista também diz que a imprensa deve ser mais responsável, questionando as ligações dos protestos com a mudança da embaixada norte-americana e as acusações de que os movimentos na Palestina são liderados pelo Hamas. “Os palestinos lutam desde 1948, Hamas foi criado em 1987. Pelo quê os palestinos lutavam antes, então? Os protestos não se deram pela mudança da Embaixada para Jerusalém nem são liderados pelo Hamas. Os palestinos lutam todos os dias, em silêncio ou em manifestações, por 70 anos”, expôs.

Pelo que lutam os palestinos – O 15 de Maio é a data em que é lembrado o dia da Nakba, a chamada Catástrofe Palestina, quando há 70 anos, palestinos foram mortos e expulsos de suas terras para a criação do Estado sionista de Israel.

Como resultado desta data de 1948, foram 500 vilarejos destruídos, 800 mil palestinos expulsos, e cinco milhões de refugiados em terras árabes, com mais milhares espalhados pelo mundo.

As ações para a criação de Israel são pontuadas por historiadores e pesquisadores do tema como limpeza étnica. Outros profissionais da área de direitos humanos e direito internacional afirmam categoricamente que os palestinos vivem sob um sistema de apartheid, tal como ocorreu na África do Sul com a população negra.

“Nossa luta ao lado dos palestinos é mais do que solidariedade, é o reconhecimento de uma relação histórica. Os palestinos e palestinas não são simplesmente nossos companheiros, são nossos malungos, que é como negros e negras se chamavam na travessia do Atlântico, quando já faziam laços de solidariedade para lutar aqui. Não é uma coincidência que a história da Nakba tenha nascido juntamente com o Apartheid na África do Sul. O estado de Israel é um estado racista, que mantém um regime de apartheid, que já foi varrido, pelo menos em termos políticos, pelo povo negro no mundo inteiro” declara Wilson Honório, do Movimento Quilombo Raça e Classe, filiado à CSP-Conlutas.

Manifestações reprimidas em Gaza | REUTERS / Ibraheem Abu Mustaf

A colonização na Palestina segue em curso. Há dezenas de leis israelenses racistas, contrariando o que é colocado pela lei internacional. A aplicação deste sistema de apartheid é ilegal e envolve discriminação a refugiados palestinos que reivindicam o direito à propriedade na Palestina histórica.

A Convenção sobre o Apartheid estabelece em seu 2ª artigo que “atos desumanos cometidos com o fim de instituir e manter a dominação de um grupo racial de pessoas sobre qualquer outro grupo racial de pessoas e de oprimi-lo sistematicamente” é definido como apartheid.

Já a Convenção de Genebra determina que a potência ocupante não tem o direito de destruir bens individuais ou coletivos a menos que, em extrema necessidade, seja por motivos militares. Mas o que vemos é a expansão contínua de assentamentos para colonos israelenses. De acordo com um relatório do Comitê Israelense Contra as Demolições, de 1967 até 2009, Israel havia demolido 24145 habitações. De lá pra cá, o número só cresceu. Além disso, os recursos hídricos são restringidos, bem como a locomoção é dificultada nos territórios ocupados. Gaza vive sob cerco militar e tem até mesmo o acesso a alimentos delimitado por Israel.

Apoio – No ato de São Paulo, a professora Flavia Bischain, representando a CSP-Conlutas, expressou solidariedade de classe aos palestinos em luta. “Israel não só nasceu como um estado racista, como continua sendo até hoje. E é por isso que esse estado não pode existir. Os trabalhadores de todo o mundo precisam se levantar. Vale lembrar que essa resistência se dá também contra a Autoridade Nacional Palestina, que ao reconhecer o estado de Israel se torna cúmplice e conivente. Quando os professores palestinos deram um exemplo de luta, e estiveram cerca de um mês em greve, a autoridade palestina também os reprimiu. Nós queremos uma Palestina livre e laica, e defendemos boicote ao estado de Israel e o fim do estado genocida”, interveio.

 

 

As campanhas de BDS são uma importante estratégia de luta em defesa dos palestinos Significa romper os vínculos o apartheid israelense, estimular o boicote a empresas ou produtos  conectados com as violações dos direitos humanos na Palestina.  O Brasil é o quinto maior comprador de armas de empresas israelenses.

“As armas de Israel são testadas neles e depois são vendidas para o mundo todo. Por isso, além do fim do massacre, exigimos embargo militar a Israel”, conclui Soraya.

A intervenção federal no Rio de Janeiro e a repressão contra o povo palestino têm muito em comum. Isso porque desde 2017 o Exército Brasileiro gastou mais de R$ 6 bilhões em compras de blindados israelenses para os próximos anos. Sentimos já em 2014 e 2016 o peso dessa relação bélica comercial entre Brasil e Israel. Boa parte dos equipamentos de repressão contra as manifestações de protesto nas épocas da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos foram importados pelas Forças Armadas israelenses.

A CSP-Conlutas se junta ao chamado pela Campanha de BDS e expressa apoio aos palestinos que lutam há 70 anos pelo direito legítimo de retorno e de viver dignamente em suas terras.

Como parte concreta do apoio, a Central aprovou em Coordenação Nacional boicote contra a Central Sindical israelense Histadrut, bem como envia delegações e estreita relações e lutas com organizações palestinas de trabalhadores que compõem a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas.

Seguiremos juntos ao povo palestino. Por uma Palestina Livre, do rio ao mar!

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