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Representatividade e força da luta das mulheres marcam abertura do 2° Encontro Nacional do MML

A quadra do Sindicato dos Metroviários de São Paulo foi ocupada por mulheres trabalhadoras, que se deslocaram dos quatro cantos do país, para participar do 2º Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta. O evento ocorre neste sábado e domingo, 21 e 22 de abril.

Já na saudação, as mensagens deram o tom da força do encontro na luta contra o machismo e todas as formas de exploração. Uma atividade construída com muita garra e superação, a partir da realização de diversas campanhas financeiras para garantir a presença dessas lutadoras no evento.

A mesa de saudação foi composta por mulheres de vários segmentos que compartilharam as experiências acumuladas, as adversidades que enfrentam no cotidiano e o que representam os movimentos nas várias frentes em que atuam.

As diferentes falas expressaram a importância de unificar as lutas dos movimentos sindical, popular, da juventude, desempregadas e aposentadas, trabalhadoras do campo e cidade, negras e indígenas, para enfrentar e derrotar os patrões e os governos de plantão que oprimem a classe trabalhadora. A presença de representantes de outros países reafirmou que a luta das mulheres e da classe trabalhadora não tem fronteiras.

Também foi resgatada a história do MML nos enfrentamentos que ocorreram nesses 10 anos de existência do movimento, com destaque para as mobilizações de junho de 2013, a greve de mulheres realizadas nos dois últimos anos na celebração do 8M e as greves impulsionadas pelas lutadoras de diferentes setores.

O assassinato de Marielle Franco foi lembrado, bem como a necessidade de lutar contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. As mulheres trabalhadoras exigem a apuração e punição para a execução da vereadora e de seu motorista Anderson Pedro.

Confira algumas falas da abertura:

Kerexu, indígena da etnia guarani, do Morro dos Cavalos

“As mulheres indígenas estão lutando contra os corruptos que estão querendo tirar nossa terra, nossa riqueza. Para os guaranis, a nossa riqueza é a natureza, a água, a terra. Não é ouro. Nossos filhos precisam de um lugar tranqüilo para sobreviver. A gente não quer dinheiro, quer terra e por isso vamos lutar. As mulheres indígenas sofrem muito preconceito e por isso precisamos também lutar contra o machismo”.

Frida, mulher trans

“Hoje é um dia feliz por estar nesse encontro e por que também no dia de ontem tive reconhecido o direito à retificação do meu nome no meu gênero. E hoje estamos aqui para que mais conquistas para as mulheres trans possam ocorrer. É uma luta contra opressão, a exploração, o machismo, a LGBTfobia e a transfobia”.

Luciana Xavier, professora municipal de SP

“Estou muito feliz em conhecer esse movimento de resistência e estar presente hoje é uma das maiores emoções nos últimos tempos. A agressão daquele dia agrediu a minha alma [durante a greve dos professores de SP que sofreu repressão da Tropa de Choque], mas isso só me fortaleceu. E estar hoje aqui com todas as mulheres fortes e de luta só vai fazer com que cada vez mais eu possa lutar por todas nós, por Marielle, por cada negra da periferia, por cada mãe que me aborda na escola”.

Preta Lu, do Quilombo Urbano do Maranhão

“A nossa luta é negra, é feminina, é periférica. As mulheres não aguentam mais e sabem que só a luta vai mudar a vida delas e de seus filhos. Fui presa pelo governo do PCdoB, no Maranhão, por que estava lutando por saneamento básico junto com outras mulheres. Eles colocaram tropa de choque e gás lacrimogêneo pra cima das mulheres, mas a gente arrancou a nossa conquista. Estamos aqui para compartilhar essa experiência. O maior medo do capital é quando as mulheres, as mais exploradas, saem à luta”.

Rejane Oliveira, MLS

“O MLS [Movimento de Luta Socialista] entrou recentemente na CSP-Conlutas e também decidiu se organizar junto ao MML. Isso por que são organizações que têm um caráter sindical e popular, que reúne as trabalhadoras, desde com carteira assinada, terceirizadas, desempregadas, do movimento popular, estudantes, o que é essencial para dirigir a luta da classe trabalhadora, com um princípio de ter autonomia e independência dos governos e patrões. Esse encontro pela sua representatividade mostra sua força. Enquanto há setores que acham que o mais importante são as eleições, esse encontro está dizendo que o mais importante é organizar as mulheres e fazer a luta. Enquanto há setores que dizem que há uma onda conservadora, e por isso teria de fazer conciliação de classe, nós estamos dizendo a esquerda revolucionária tem de fazer a rebelião! Tem de fazer a revolução e buscar o socialismo!”.

Vera Lúcia, operária e pré-candidata à Presidência da República

“Nossa luta é para que não tenhamos que escolher qual o chicote que vai bater no lombo dos homens e mulheres da classe trabalhadora, seja negra, branca, hétero, homo, trans, indígena, morando na cidade ou no campo. Temos outra escolha a fazer: de não apanhar. Nós queremos construir uma sociedade que seja nossa, com uma democracia, com um Estado que seja nosso. Por isso, nossa tarefa é reunir todas que estão aqui. Para que possamos ter essa sociedade precisamos nos rebelar, organizemos a nossa rebeldia. No nosso local de trabalho, de moradia, de estudo, para fazer a revolução nesse país”.

Manu, Unidos para Lutar, da LS corrente do PSOL

“Foram as mulheres que deram o estopim para a Revolução Russa em 1917. Iniciamos uma revolução que levou os trabalhadores ao poder. Nesse momento de crise do capitalismo e de crise da direção dos trabalhadores, nós mulheres temos a responsabilidade de superar esta crise de direção, superar os falsos líderes e os que traíram a classe trabalhadora. Nossa luta é para derrotar o governo Temer e todos os governos que oprimem nossa classe e colocar na cadeia todos os corruptos, pois não temos corruptos de estimação. Que todos os seus bens sejam confiscados. Vamos à luta!”.

Janaína Rodrigues, professora municipal de SP e uma das fundadoras do MML

“Hoje estamos completando 10 anos de existência, de construção classista e feminista. Mas é uma história que é longa e vem de antes. Aqui estão presentes nossas ancestrais negras, indígenas, trabalhadoras de todo o mundo. Aqui estão presentes mulheres que derrubaram a ditadura militar, aquelas que romperam com a CUT na primeira reforma da previdência do governo Lula e construíram o embrião da CSP-Conlutas. Estão as que fundaram o MML. A gente acaba de derrotar a reforma que o Doria queria nos fazer engolir. Não passou e não vai passar. Somos mulheres, choramos com as dores que nos impõe esse sistema, somos mães e amamentamos nossos filhos. Mas não produzimos apenas leite e lágrimas. Nós produzimos a riqueza desse país e estamos aqui para tomar em nossas mãos e governar através da luta da classe trabalhadora. Sem mulheres não tem revolução. Não tem rebelião. Rebelemo-nos”.

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

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