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Morre Heinrich Plagge, operário entregue pela Volks à ditadura militar e torturado pelo DOPS

O metalúrgico aposentado Heinrich Plagge, preso dentro da Volkswagen na década de 1970 e entregue pela montadora à ditadura militar, faleceu na madrugada desta terça-feira (6). O depoimento de Plagge no inquérito aberto contra a Volks no MPF (Ministério Público Federal) trouxe à tona os horrores da política de colaboração da empresa com a ditadura.

Em meados de 1972, Plagger, ou Conrado como era conhecido pelos colegas, foi preso dentro da fábrica no ABC paulista. “Esses senhores precisam te levar porque você está preso por questões de subversão.” Foi isso que Plagge, então supervisor de qualidade, ouviu do chefe. Foi levado ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), onde foi mantido sequestrado por mais de três meses, sofrendo torturas. Plagge integrava a célula do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que funcionou clandestinamente na fábrica de 1964 até 1972.

A prisão de Plagge, assim como de outros funcionários, foi facilitada pela companhia alemã a partir de informações levantadas pelo departamento de Segurança Industrial, que atuou para espionar e entregar ao regime trabalhadores suspeitos de “práticas subversivas”, durante a ditadura militar, de 1964 a 1985.

Em nota divulgada, o diretor do projeto IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas), Sebastião Neto, fez uma homenagem ao militante, que nasceu em 5 de fevereiro de 1939, e prestou solidariedade à família, além de lembrar a trajetória heroica de Plagge na denúncia dos crimes da ditadura e do envolvimento de empresas na repressão aos trabalhadores, notadamente a Volkswagen.

“Conseguimos que Heinrich fosse ouvido no inquérito aberto no MPF contra a Volks por graves violações de direitos humanos. Mesmo muito doente, deu um depoimento devastador”, informou Neto.

“Sua história deve ser conhecida para impedir a memória desbotada das novas gerações. Seria importante que os atuais trabalhadores da Volks pudessem saber que muitos dos direitos e condições que gozam hoje foram frutos das lutas de camaradas como Heinrich. Que sua história seja divulgada e a empresa chamada a abrir os documentos do seu Departamento de Segurança Industrial. O que temos de Plagge são os documentos do processo em que foi condenado e seu depoimento devastador. A Volks tem em seus arquivos essa e outras histórias de terror e perseguição aos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou.

No início deste ano, a IstoÉ Dinheiro publicou matéria com depoimentos de ex-funcionários da Volks, entre eles Plagge, que contam a perseguição e tortura sofridos após a colaboração da empresa com a ditadura. Confira.

 

Com informações: IstoÉ Dinheiro
Fonte: CSP Conlutas

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