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Polarização no mundo: ataques do capitalismo em crise levam os povos às ruas em diversos países

Educação e saúde públicas destruídas, aposentadorias e pensões insuficientes para a sobrevivência dos idosos, desregulamentação do trabalho e redução de direitos trabalhistas, desemprego, privatizações que acabam com os serviços públicos, total deterioração das condições de vida da população. Essas são facetas comuns da política neoliberal.

De repente, um pequeno aumento no preço do gás, na tarifa dos transportes ou mesmo a cobrança de impostos para uso da internet provocam explosões de lutas.

A população vai às ruas indignada. Estamos assistindo tais reações no Equador, Bolívia, Honduras, Chile, Haiti, Hong Kong, Espanha, Líbano, Iraque.

O que se vê nas ruas é garra, determinação, coragem, e solidariedade de povos que dão um basta ao neoliberalismo, à exploração, à opressão ou ao autoritarismo.

“Nos tiraram tanto, que nos tiraram até o medo”. Essa frase é encontrada em diversos cartazes dos que lutam no Chile.

“O pano de fundo dessas rebeliões que percorrem o mundo é que com o acirramento da crise econômica os governos aplicam cada vez mais planos de austeridade e aumentam opressão e estão tendo uma formidável resposta das massas que lutam, pois não querem se submeter a tanta humilhação”, comenta o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Chile

A revolta no Chile é emblemática. Estudantes, idosos, trabalhadores, povos indígenas, camponeses, os que lutam contra as opressões, os que foram obrigados a morar nas ruas, a própria classe média. Todos nas lutas após 30 anos da aplicação do neoliberalismo no país, desde a ditadura militar de Augusto Pinochet. Como eles mesmos dizem; “Não são 30 pesos [de aumento na tarifa do metrô], são 30 anos”.

A forte repressão desencadeada nas primeiras manifestações, não intimidou, ao contrário, estimulou para que mais chilenos fossem às ruas. Uma avalanche de pessoas. Entrelaçaram as lutas à dança, à música ao teatro. O governo de Sebastián Piñera está de mãos atadas e já foi obrigado a recuar do aumento do preço da tarifa do metrô, pediu aos ministros que coloquem seus cargos à disposição e anunciou o fim do estado de exceção no domingo (27). Mas isso, a custa de 18 mortos, 584 feridos e 2.600 presos no país até a última segunda-feira (28).

Hong Kong

Em Hong Kong, a mobilização, que já dura mais de quatro meses, é contra o autoritarismo. Uma proposta de lei pretendia facilitar extradições de Hong Kong para a China continental provocou os protestos. No entanto, há maior complexidade no caso. Há uma a crise do modelo de “um país, dois sistemas” que regula a relação da cidade com as autoridades do governo central em Pequim. A centralização política que caracteriza a presidência de Xi Jinping coloca em risco as liberdades locais, maiores do que no resto do território chinês.

Os protestos massivos em Hong Kong chegaram a reunir 2 milhões de pessoas – em uma cidade de 7 milhões de habitantes. São os maiores na China desde as manifestações de 1989 em Pequim, que culminaram no massacre da Praça da Paz Celestial.

O trabalhador terceirizado Nathan Leung, da Equipe de Serviço a Visitantes do banco HSBC, em Hong Kong, esteve no 4º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, que aconteceu em Vinhedo 3 a 6 de outubro último. Ele foi demitido, em uma explicita perseguição da empresa, após ter participado de uma greve geral em seu país, no dia 3 de setembro, contra o governo autoritário e a brutalidade policial em Hong Kong.

Segundo Nathan, a indignação popular se dá pelos abusos do governo ditatorial. “Não se enganem com qualquer ideia de que a China tem algo a ver com esquerda ou socialismo. Se trata apenas de uma ditadura capitalista”, disse o ativista aos participantes do Congresso da Central.

“Na China, as greves operárias são brutalmente reprimidas e os sindicatos são ilegais ou controlados pelo governo. Há muitos ativistas presos – em torno de 1.500, há outros, de movimentos estudantis de esquerda, que apoiaram as pautas dos trabalhadores e foram reprimidos. Em muitos dos casos, sequestrados e torturados”, denunciou Nathan.

Haiti

No Haiti, a população volta às ruas para protestar contra o presidente do país, Jovenel Moïse, apontado como um dos principais responsáveis pela crise social, política e econômica no país.

Carros incendiados, barricadas e lojas saqueadas tem sido parte do cotidiano nas ruas de Porto Príncipe, capital haitiana. As manifestações mais intensas se prolongam por dois meses, mas já acontecem desde o ano passado. Muitas lojas, escolas e bancos fecharam as portas, e há escassez de combustível, energia e alimentos. A desvalorização da moeda do país e denúncias de corrupção tornam a situação de Moïse ainda mais delicada.

Agressivas medidas neoliberais foram aplicadas pelo governo haitiano, impostas após um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmado em fevereiro deste ano, que incluem o fim do subsídio dos combustíveis e a privatização de empresas do setor elétrico.

O povo haitiano pede a renúncia do presidente.

Líbano

A taxação do uso do whats app foi o motivo para as manifestações de rua e dias de greve geral no Líbano. Mobilizações que já duram três semanas.

O que começou com atos contrários à taxação pelo uso de chamadas via whatsapp virou uma onda de insatisfação em relação ao governo e a corrupção, além de expressar a revolta da população que vive na miséria e sente na pele a precariedade dos serviços públicos.

A paralisação tem afetado o comércio, os bancos, as escolas. O povo segue nas ruas todos os dias, com atos e barricadas que bloqueiam as principais vias.

No domingo (20/10), centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para exigir uma mudança radical de sistema político, acusado de corrupção e clientelismo, em meio a uma forte crise econômica.

A libanesa que vive no Brasil desde a década de 70 Hanan Mansur aponta que no Líbano as causas da insatisfação também são profundas: falta de liberdade, altos impostos, o Líbano está dividido e precisa ser do povo. “O Líbano não é dos governos que acham que podem fazer o que quiser. O Líbano é do povo”, reivindica.

Polarização

Por motivos aparentemente diferentes, a base de tantos protestos e dessa polarização mundial é a mesma: a crise do sistema capitalista que tem provocado essa guerra social contra o povo, principalmente os mais pobres, para aumentar o lucro dos monopólios e do 1% de bilionários.

Ao percorrer diferentes países, encontramos desigualdade, desemprego, miséria, exploração, destruição do meio ambiente, opressão à juventude. Tudo indica que as manifestações não vão parar.

No Brasil, não é diferente. Temos o desemprego, a desigualdade social, direitos reduzidos, aposentadorias e pensões sendo arrancados pelo governo de ultradireita de Bolsonaro, um governo, que além desses projetos de dilapidar o povo, tem família implicada em casos de corrupção e com as milícias.

Diante dessa situação é necessário organizar a luta da classe trabalhadora no Brasil. “É urgente organizar uma Frente Única que impeça os ferozes ataques aqui. A reforma da Previdência foi aprovada sem que houvesse unidade das Centrais Sindicais para convocar uma Greve Geral. Nossa classe também precisa ir à ruas no Brasil; é com lutas, greves, protestos e greves gerais que podemos derrotar o projeto neoliberal do governo Bolosnaro/Mourão e do ministro Paulo Guedes”, chama o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Paulo Barela.

 

Fonte: CSP Conlutas

 

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